Um blog em português - e de vez em quando em tétum e em tocodede - sobre os devaneios de um professor e tradutor ilhavense a morar em Timor. Sobre temas timorenses e do Oriente em geral, e sobre outras coisas de vez em quando...
sexta-feira, março 07, 2008
Café pelo mundo
Entretanto, fiquem com dois reclames. Um do Nescafé nas Filipinas:
E outro do Nescafé na Indonésia:
quinta-feira, março 06, 2008
Cursos de língua para objectivos específicos
Em Timor também há quem veja monumentos. Quando cheguei a Díli, em 28 de Abril de 2001, o Instituto Camões pôs-me com a colega que me acompanhava, e os que chegaram depois, a morar no Hotel Starlight, acabadinho de inaugurar. Mais tarde mudaram-nos para outro hotel, o que foi acertado porque uns tempos depois o Starlight mudou de ramo e passou a ser um bordel de prostitutas tailandesas. Uma noite estava a beber um copo num bar e acabei na conversa com o tipo que estava sentado no banco ao lado do meu, um malasiano de origem indiana que se riu quando declarei a minha nacionalidade e me perguntou porque não estava no Starlight com os meus compatriotas todos. Circulavam então por Díli entre a comunidade de expatriados anedotas sobre os magalas lusos que arranjavam namoradas entre as trabalhadoras do estabelecimento e armavam zaragata quando calhava terem licença das suas unidades no mesmo dia dois namorados da mesma moça.
Uma tarde, vinha eu de dar o meu passeiozinho de motorizada ao longo da praia até ao Cristo-Rei, deparei-me com um amigo meu, que tinha sido militar em Portugal antes de ter emigrado para a Austrália. Parei e ficámos na conversa. Ele também tinha encontrado ali na Areia Branca alguns camaradas da mesma tropa que estavam a fazer uma comissão nas Forças de Manutenção da Paz lá em Timor e juntei-me ao grupo. Cada um dos colegas dele estava acompanhado de uma rapariga tailandesa. Elas só tinham expediente à noite e portanto estavam de folga. Eram simpáticas as cachopas, e falavam pelos cotovelos num inglês meio estropiado que no início custava a perceber. Quando expliquei que era professor de português uma delas resolveu impressionar-me com os conhecimentos que tinha da língua, e desatou a dizer, numa sucessão muito rápida, uma enorme lista de termos e expressões que davam conta, no calão mais vernáculo que se possa imaginar, de todas as variantes possíveis de actos sexuais. Suponho que Camões, que tinha fama de entendido em lupanares e era um experimentado viajante dessas ásias por onde os portugueses ergueram o padrão pátrio, teria ficado orgulhoso das acções daqueles militares em prol da difusão da língua portuguesa. E ao ler as referências no Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas a cursos para desenvolvimento da competência parcial num dado idioma no que se refere a um domínio determinado e a tarefas específicas, não posso deixar de pensar que era exactamente disso que se tratava também ali.
domingo, março 02, 2008
Um brinde aos amigos
Os anos foram passando, eu morava do outro lado do mundo, e perdi o contacto com os amigos dessa época. Mas de vez em quando alguma coisa aparece que me faz recordar algum colega desse tempo. O vídeo que se segue, que encontrei no YouTube, fez-me lembrar da Clara. :-)
Se o de cima não funcionar tente este:
OS LÍRICOS
Sobre amos em Timor e outras construções do imaginário
Quando eu era miúdo era comum entre o meu círculo de amigos chamar a quem tivesse ideias fantasiosas, desligadas da realidade, um “lírico” ou, com mais frequência, um “p… lírico” (em que “p…” era um palavrão sinónimo de “c…”). Eu, que até era um puto bem comportado, evitava o uso do calão (o que fazia de mim uma ave rara entre a miudagem da minha terra), no entanto agora vem-me sempre essa expressão à cabeça quando leio certos textos sobre Timor que pintam uma imagem idílica muito distante da realidade dos factos. Muitos activistas ou simpatizantes da causa da autodeterminação nos anos da ocupação habituaram-se a imaginar um povo de santos mártires e heróicos guerrilheiros imaculados e sentem-se traídos nas suas expectativas quando os timorenses se revelam apenas… humanos. Recentemente encontrei num blogue sobre actualidade timorense muito frequentado trocas de acusações entre leitores que denunciavam ou defendiam a Fretilin com base em factos revelados pelo Relatório da Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação sobre violações de direitos humanos perpetradas por aquele partido durante a guerra civil e os primeiros anos da ocupação. Neste tipo de debates é frequente os participantes de ambos os lados assumirem posições radicais de defesa fanática dos seus correligionários e tentarem mostrar os opositores políticos como a encarnação do Mal absoluto. E a verdade é a primeira baixa nessas guerras de palavras. Tem-se visto isso muito na blogosfera e nos artigos de opinião que abundam sobre política timorense recente.
Porém, os textos um pouco mais antigos também sofrem muitas vezes do mesmo mal. Um exemplo que costumo citar é o artigo de Elaine Brière intitulado “East Timor: History and Society”, incluído na colectânea “East Timor: Occupation and Resistance” organizada por Torben Retbløl e publicada em 1998. A autora diz que “antes da chegada dos portugueses os timorenses estavam organizados politicamente em cerca de 46 pequenos reinos independentes, todos livres e independentes uns dos outros” (1), ignorando a verdade histórica de que esses reinos se guerreavam frequentemente entre si, e que estabeleciam em muitos casos relações de vassalagem uns com os outros. Mais à frente Elaine Brière declara que em 1974 “crimes como o incesto e a violência contra crianças ou contra a esposa eram virtualmente desconhecidos” (2), contribuindo para reforçar uma imagem idealizada de “bom selvagem” que só viria a conhecer o crime e a perfídia com a invasão indonésia.
No mesmo tom temos um excerto de um texto de Maria José Albarran publicado em 2004, de que me lembrei ao ler uma certa passagem numa tradução inglesa do Noli Me Tangere, e que motivou o subtítulo desta breve reflexão. O tal excerto diz respeito à palavra “Amo”, usada pelos timorenses para se dirigirem aos padres:
“Item arcaizante, figura nos dicionários etimológicos e modernos como sinónimo de senhor, dono de criação, patrão de trabalhadores, antigo senhor de escravos, forma de tratamento do soberano pelos cortesãos, mas como masculino de ama, ou seja, sem evolução autónoma de étimo latino. Isto acrescenta-lhe o sentido carinhoso de hospedeiro, educador, pedagogo, já que a ama era tanto a criada que amamenta, como a dona de casa, a governante, sempre uma educadora. Julgo ter sido nesta última especialização semântica que o termo se difundiu, valorizando a vertente pedagoga do clero em Timor.” (3)
Ora, se nas conversas em tétum os timorenses usam habitualmente “amu”, nos textos aparece com mais frequência o composto “amu-lulik” ou a sua forma abreviada “amlulik” (em que “lulik” significa “sagrado”), e “amu-lulik” é sinónimo de “na’i-lulik”. “Na’i” é a forma de tratamento usada para um liurai (rei) ou um dato (nobre), e foi também adoptada para os fiéis se dirigirem a Deus, traduzindo a palavra portuguesa “Senhor”. Diz-nos o Disionáriu Nasionál ba Tetun Ofisiál, monumental obra lexicográfica de referência para a língua tétum com 872 páginas, publicada pelo Instituto Nacional de Linguística em 2005:
amu
substantivu 1. Ema ida ne’ebé ema seluk nia patraun ka xefe. SIN. na’in, patraun
2. Títulu haraik-an ne’ebé ita fó ba patraun, xefe ka amlulik.
amlulik mós amu-lulik
substantivu Mane ida ne’ebé hala’o kultu relijiozu no hanorin kona-ba Maromak. SIN. na’i-lulik, padre
na’i mós na’i-mane
substantivu 1. Mane ida ne’ebé iha fatin aas iha sosiedade, hanesan liurai, dato, emboot ka patraun.
2. Ema-mane ida ne’ebé ita respeita tanba matenek, barani ka oin-na’in. SIN. señór, usi. ‘Na’i Maromak’ ne’e títulu ne’ebé ita ema baibain fó ba Maromak.
na’i-lulik
substantivu Mane ida ne’ebé hala’o kultu relijiozu no hanorin kona-ba Maromak. SIN. amlulik, padre
(4)
Ainda sobre a entrada da palavra portuguesa “amo” para línguas de Timor, encontramos na Revista Missões, publicada em Lisboa pelos Jesuítas, Ano XIII, número de Maio/Junho de 1960, um texto intitulado “Deus em Timor”, no qual podemos ler uma lista de termos para designar Deus em diversos idiomas timorenses que inclui “Amo Deus” em galole, midique e uaima’a. O autor do texto comenta: “Para evitar confusões, introduziram então termos ocidentais, mais ou menos infelizes, como esse do Amo Deus. Mas a língua não teria sequer possibilidades de traduzir o antiquado «amo», patrão ou Senhor? Ou de... o suprimir até?”. Em tétum não houve necessidade de usar neste contexto empréstimos lexicais uma vez que já existia uma palavra para uma entidade de natureza divina “Maromak” que passou a ser usada para o Deus dos católicos, às vezes associada a “Na’i”:
“Glória ba Maromak leten aas bá. (5)
Pás iha raiklaran
ba ema sira be Na’i hadomi.
Na’i Maromak,
Liurai Lalehan nian.
Aman Maromak bele halo hotu-hotu
ami hahi’i Ita-Boot
(…)”
Não passa pela cabeça de ninguém negar a importância da vertente pedagoga da Igreja em Timor, mas parece-me fantasioso querer demonstrar que a palavra “amo” não tivesse entrado para as línguas locais com o seu significado de “figura de autoridade”.
Já tenho dito e escrito em diversos locais que a Igreja Católica foi talvez a mais importante instituição na criação e amadurecimento da cultura moderna timorense e de uma identidade nacional diferenciada. Esse papel não cessou ainda.
Benedict Anderson, o celebrado autor de Imagined Communities: Reflections on the Origins of Nationalism e um velho amigo de Timor, publicou em 1993 um texto, baseado numa conferência do ano anterior, de que a revista galega Çopyright publicaria depois em 1999 uma tradução sob o título “Imaginar Timor Leste”. Aí o autor dizia:
“A minha percepção é de que em 1974-75 o verdadeiro nacionalismo timorense tinha ainda uma ténue base de apoio; talvez apenas uma pequena percentagem da população pudesse então imaginar realmente o futuro Estado-Nação de Timor Leste. Desde 1975 a situação mudou dramaticamente. (…) Um dos principais projectos do estado de Suharto foi o de "desenvolver" a Indonésia. Isto envolve necessariamente um certo tipo de definição do que significa ser um verdadeiro indonésio. Parte dessa definição decorreu dos massacres anti-comunistas de 1965-66, que foram em parte entendidos como uma luta contra o ateísmo. Em consequência, hoje todo o indonésio tem de seguir uma religião do Livro. Neste ponto, o estado indonésio acaba enredado numa estranha ratoeira. Em 1975 a maioria dos timorenses era ainda animista. Fazer deles "indonésios" significou "erguê-los" do animismo a uma religião decente, o que, dadas as realidades existentes, significou Catolicismo. Ao mesmo tempo, o Estado estava perfeitamente consciente dos perigos da implantação do catolicismo, sobretudo devido ao facto de Roma insistir em tratar directamente com Timor Leste, ultrapassando a conformista hierarquia católica indonésia. Assim, o regime indonésio a um tempo desejou e receou o alargamento da influência do catolicismo. Nos últimos dezassete anos, a população católica do território mais que duplicou de tamanho. Em Timor Leste todos sabem que se se é membro da Igreja católica, beneficia-se de protecção de acordo com a própria lógica do estado; ao mesmo tempo desenvolveu-se um catolicismo popular como expressão de um sofrimento comum, tal como sucedeu na Irlanda do século XIX. Este elemento comum católico num certo sentido substituíu aquele tipo de nacionalismo de que falei noutros lugares, o qual deriva da articulação entre imprensa e capitalismo. Além do mais, a decisão da hierarquia católica em Timor Leste de usar Tetum, e não indonésio, como a língua da Igreja, teve efeitos profundamente nacionalizadores. Transformou o Tetum, de uma língua local ou língua franca em certas partes de Timor Leste, na língua da religião e da identidade de Timor Leste.” [o sublinhado é meu]
Mas, sem deixar de reconhecer o importante papel desempenhado pela Igreja em Timor, não podemos criar uma imagem idealizada e distante da realidade na qual o clero apareça transfigurado em meiga ama-de-leite que exerce o seu labor pedagógico na mais mansa das atitudes. Os timorenses contam muitas histórias sobre venerandos padres famosos por distribuírem chapadas no meio das missas, e nas escolas da Igreja também se continuam a usar ainda hoje (como nas do Estado) castigos corporais. Ao longo da história a Igreja esteve muitas vezes na posição de autoridade mesmo no mundo secular, e a evangelização de Timor não foi isenta de querelas. No livro “Timor Loro Sae - 500 Anos”, o historiador Geoffrey C. Gunn conta-nos sobre disputas no séc. XVII entre os dominicanos já instalados e os jesuítas que pretendiam instalar-se e cita documentos desta última ordem que “sugerem uma actuação criminosa por parte dos dominicanos invejosos, que, tendo vivido ali durante 100 anos, «se recusam a aprender a língua nativa para grande detrimento da salvação do povo. Não impedem os pregadores muçulmanos de islamizar os gentios, mas gostariam de expulsar os outros missionários. Ocupam-se activamente a construir barcos para o seu comércio e a obter lucros, deixando as almas ao abandono».” (pág. 83)
A palavra “amo” como forma de tratamento dos sacerdotes não é de resto exclusiva de Timor. Também existe nas Filipinas, que tal como Timor são uma sociedade católica conservadora culturalmente mestiça ibero-asiática. Vejamos então um trecho de “Noli Me Tangere”, grande romance de José Rizal, nacionalista filipino do séc. XIX fuzilado pelas autoridades coloniais espanholas, no original em espanhol e em traduções para inglês e para tagalog:
«Entretanto el entusiasmo del predicador subía por grados. Hablaba de los antiguos tiempos en que todo filipino, al encontrar un sacerdote, se descubría, doblaba una rodilla en tierra, y le besaba la mano. “¡Pero ahora – añadía- sólo os quitáis el salakot o el sombrero de castorcillo, que colocáis medio ladeado sobre vuestra cabeza para no desarreglar el peinado!. Os contestáis con decir: ¡buenos días, among!9 [Nota 9: Del español 'amo,' señor, usado en tagalog como adjetivo y por lo tanto con la desinencia 'ng.' La frase completa sería 'ámong pare' o 'ámong cura.'], y hay orgullosos estudiantillos de poco latín, que por haber estudiado en Manila o en Europa se creen con derecho de estrecharnos la mano en lugar de besarla... ¡Ah!, el día del juicio pronto viene, el mundo se acaba, muchos santos lo han profetizado, ¡va a llover fuego, piedra y ceniza para castigar vuestra soberbia!”.
Y exhortaba al pueblo a que no imitase a esos salvajes, sino que los huyese y aborreciese, porque estaban excomulgados.
- ¡Oíd lo que dicen los santos concilios! - decía-. Cuando un indio encontrare en la calle a un cura, doblará la cabeza y ofrecerá el cuello para que el among se apoye en él; si el cura y el indio van a caballo ambos, entonces el indio se parará, se sacará el salakot o sombrero reverentemente; en fin, si el indio va a caballo y el cura a pie, el indio bajará del caballo y no volverá a montar hasta que el cura le diga ¡sulung!,10 o esté ya muy lejos. Esto dicen los santos concilios y el que no obedezca estará excomulgado”. » (6)
«In the meantime the preacher’s enthusiasm was growing by leaps and bounds. He referred to the old times when every Filipino on meeting a priest, uncovered himself, bent one knee to the ground and kissed the hand of the religious. “But today,” he added, “he removes only his sakalot or his felt hat, which is tilted one way so as not to disarrange the hair! You are content with saying: Good morning among, master; and there are arrogant estudiantillos who know little Latin who, because of having studied in Manila or in Europe, believe it their right to shake our hand instead of kissing it. Ah! the world is coming to an end; many saints have prophesied it. It is going to rain fire and brimstone to punish your pride!”
And he exhorted the people not to imitate those savages; to flee from them, abhor them, because they are excommunicated. “Pay attention to what the holy councils proclaim,” he said. “When an Indio meets a priest on the street, he must bend his head and offer his neck for the among to lean on. If the priest and the Indio are both on horseback, then the Indio should stop, reverently remove his sakalot or hat; and finally, when the Indio is on horseback and the priest on foot, the Indio should get down from his horse and not mount it again until the priest tells him sulong! begone! Or is already far away. That is what the holy councils say and he who does not obey will be excommunicated.” » (7)
«Samantala nama’y lalong nag-uulol ang sigabo ng kalooban ng nagsesermon. Tinutukoy ang matatandang kapanahunan, noong pag nakasalubong ng isang pari ang sinumang Pilipino ay nag-aalis ng sumbrero, iniluluhod sa lupa ang isang paa at humahalik ng kamay. “Datapwa’t ngayon,” ang dugtong niya, “ay nag-aalis na lamang kayo ng salakot o ng sumbrerong kastorilyo, na inilalagay ninyong pakiling sa ulo, upang huwag magusot ang buhok! Nasisiyahan na kayo sa pagsasabi ng: magandang araw po among! At may mga mapalalong estudiantillos de poco latin, na sa dahilang nakapag-aral sa Maynila o sa Europa ay nag-aakalang nararapat nang kami’y kanilang kamayan at huwag halikan ng kamay…”“Ah…ang araw ng paghuhukom ay nalalapit na, ang mundo’y natatapos na; maraming banal ang humula ng gayon, uulan ng apoy, bato at abo upang parusahan ang inyong kapalaluan!”
At pinangaralan ang bayan upang huwag gumaya sa mga salbaheng iyon, kundi bagkus pa ngang sila’y layuan at kamuhian sapagka’t silay mga excomulgado.“Pakinggan ninyo ang sinasabi ng mga santong concilio!” anya, “kapag natagpuan ng isang Indio sa lansangan ang isang kura ay iyuyuko ang ulo at ihahain ang leeg upang ang among ay makapangalalay; kung ang kura at ang Indio ay kapwa nangangabayo, ang Indio ay titigil, magalang na mag-aalis ng salakot o sumbrero; sa kahuli-hulihan, kung ang Indio ay nangangabayo at ang kura ay naglalakad, ang Indio ay lulunsad sa kabayo at hindi sasakay na muli hanggang hindi siya pinagsasabihan ng: sulong ng kura, o kaya’y malayung-malayo na ito. Ito ang sinasabi ng mga banal na konsilyo at ang hindi sumunod ay eskomulgado.” » (8)
(1) - “Before the arrival of the Portuguese the Timorese were politically organized into some 46 small independent kingdoms, all free and independent of one another.”
(2) “Crimes such as incest and child and wife abuse were virtually unknown.”
(3) O artigo chama-se “Aprendizagem do Léxico Português e Empréstimos – Timor, restante Sudeste Asiático e Japão” e foi publicado em 2004 na revista do Instituto Nacional de Linguística “Estudos de Línguas e Culturas de Timor-Leste”.
substantivu 1. Pessoa que é patrão ou chefe de outrem. SIN. na’in, patraun
2. Título de respeito que se usa para o patrão, o chefe ou um sacerdote.
amlulik também amu-lulik
substantivu Homem que preside ao culto religioso e que ensina sobre Deus. SIN. na’i-lulik, padre
na’i também na’i-mane
substantivu 1. Homem com uma posição alta na sociedade, como um liurai, um nobre, um governante ou um patrão.
2. Homem respeitado pela sua inteligência, coragem ou hospitalidade. SIN. señór, usi. ‘Na’i Maromak’ ne’e títulu ne’ebé ita ema baibain fó ba Maromak.
na’i-lulik
substantivu Homem que preside ao culto religioso e que ensina sobre Deus. SIN. amlulik, padre
[As traduções são minhas]
(5) Gloria in Excelsis Deo
“Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra
aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, Rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso:
nós Vos louvamos
(…)”
(6) Da versão em linha http://de.geocities.com/hispanofilipino/Noli/nolitocframe.html acedido em 14 Fev 2007
(7) In “Noli Me Tangere – a novel”, from José Rizal, translated by Soledad Lacson-Locsin, page 211, 212, in Chapter 32 - “The Sermon” [© 1996 Bookmark, © 1997 School of Hawaiian, Asian & Pacific Studies]
(8) Noli Me Tangere ni Jose Rizal, by Teresita P. Capili-Sayo and Cresenciano C. Marquez, Jr., page 161-162, Kabanata 32 – Ang Sermon [© 2000 Phoenix Publishing House, Inc. Quezon Avenue, Quezon City, Philippines] – Agradeço à Jan o envio desta versão em tagalog do texto.
domingo, fevereiro 03, 2008
As palavras mais frequentes do tétum
domingo, janeiro 27, 2008
Novo Testamento em tétum em linha
quinta-feira, janeiro 24, 2008
Timor-Leste: Interesses Internacionais e Actores Locais
quarta-feira, janeiro 23, 2008
Línguas de Timor na Internet
Fataluco
http://www.fataluku.com/index.html
Tocodede
http://us.share.geocities.com/dalen_tokodede/tk-disionariu.htm
Uaimoa
http://rspas.anu.edu.au/linguistics/projects/Waimaha/port/index.html
quarta-feira, janeiro 16, 2008
Algumas bocas e muitas línguas
Há aldeias timorenses que ficam em zonas de fronteira entre várias línguas diferentes e onde é comum toda a gente ser plurilingue. Porém, não é a mesma coisa ser multilingue em tétum, búnac e quêmac, ou em português, alemão e francês. Não há Aquilinos nem Goethes nem Zolas em línguas timorenses. Por enquanto. Isto significa que ao encetar a aprendizagem de um novo idioma com uma grande tradição literária e científica o aprendente inicia uma caminhada que o pode levar muito longe no conhecimento das realizações do espírito humano, mas quando se propõe aprender uma língua quase ágrafa o seu percurso será necessariamente diferente e serão outras as tradições que poderá ter esperança de vislumbrar. Os plurilingues timorenses falam maioritariamente idiomas que abrem portas internas dentro da sua ilha, mas que não constituem janelas para o mundo, nem sequer para a sua própria história. Daí que o português seja tão importante.
Na imaginação popular os bilingues são umas criaturas esquisitas, uma espécie de bicéfalos, com dois cérebros monolingues perfeitos independentes no mesmo corpo. Os textos clássicos falam sobre estratégias para conseguir isto, a mais famosa das quais é ter pessoas distintas a falar sistematicamente línguas diferentes para a criancinha na fase de aquisição da linguagem, como acontece com o meu filho – chama-se a isto o princípio de Grammont. Na verdade, a investigação mais recente sobre bilinguismo já se apercebeu de algo que as pessoas das comunidades bilingues sabem há muito tempo: os indivíduos bilingues não são uma fusão de dois monolingues num só, e misturam línguas, saltam de um idioma para outro no meio de uma conversa, e fazem tudo isto de acordo com regras definidas de forma bem rigorosa. Contudo, apesar de não corresponderem às expectativas irrealistas do povo, os bilingues precoces têm vantagens significativas na sua condição de co-proprietários de várias línguas: conseguem falar com mais gente e com grupos diversos; experimentam naturalmente a sensação de pertença a diferentes culturas; têm pronúncias nativas em mais do que uma língua, e, tendo à partida maiores probabilidades de ter uma soma mais abrangente de sons no conjunto dos seus sistemas fonológicos, terão maior facilidade em aprender a pronunciar correctamente novos idiomas; têm acesso à literatura ou outras realizações culturais associadas a cada uma das línguas que conhecem.
Na Europa cada vez mais se valoriza o conhecimento de muitas línguas, há quem defenda que todos os cidadãos europeus deveriam conhecer pelo menos mais duas, além da materna. Mas saber línguas também já não é o que era, hoje em dia é valorizado o conhecimento em função das necessidades. Já passou o tempo em que se esperava que todos os alunos de uma língua estrangeira aprendessem a ler os grandes escritores. Agora fala-se cada vez mais em ensino-aprendizagem centrado no aprendente e por objectivos específicos. E também há muito que deixou de haver a insistência nas supostas grandes virtudes pedagógicas da aprendizagem de línguas mortas como o latim e o grego antigo (mortas porque já não há quem as aprenda num processo normal de imersão na família na fase de aquisição da linguagem, apesar de o latim continuar a ser cultivado no Vaticano, onde até se criam neologismos).
E de vez em quando usam-se línguas vivas para falar com os mortos. Na casa dos meus sogros toda a gente sabe tocodede, mas a língua habitual quotidiana é o tétum, e é neste idioma que falam comigo. Mas quando fui levado à uma-lulik da família para ser apresentado como mane-foun aos espíritos dos antepassados, foi em tocodede que o meu sogro se lhes dirigiu. Às vezes a tradição ainda é o que era.
domingo, janeiro 06, 2008
quarta-feira, janeiro 02, 2008
Siti Nurhaliza e capoeira
segunda-feira, dezembro 31, 2007
Os nativistas
Os movimentos nativistas como a negritude, de que Senghor foi um expoente, tinham subjacente a ideia de que o contacto com a cultura dos colonizadores corrompia e que o verdadeiro nacionalista tinha que ir procurar uma suposta “pureza” cultural nativa, intocada e magnífica, vinda directamente das raízes da mãe-terra, ligada aos rituais ancestrais. Em Timor o nativismo revelou-se no mauberismo, que exaltava aqueles que, ao contrário dos “assimilados”, tinham supostamente conseguido não ser conspurcados pelo colonialismo. O mauberismo produziu pouco em termos literários, alguma coisa ao nível da chamada “poesia de combate” (má, na maior parte) e algumas cantigas políticas. Mostrou-se contudo muito produtivo como forma de propaganda política e mobilização, e nalguns sectores a sua influência continua até hoje.
Porém, nesta época de marketing new age, em que muita gente anda à procura de “autenticidade” e de “culturas e práticas medicinais milenares”, e outras coisas que tais, Portugal também exporta malais nativistas para Timor. São uma espécie engraçada, querem tudo típico, pitoresco, e “realmente tradicional”: as roupas, o artesanato, a música, a comida... (Indignam-se se alguém lhes sugere que comam nasi goreng, por ser indonésio, e exigem katupa, que crêem “verdadeiramente timorense” – sem saberem que a palavra katupa é ela própria um antigo empréstimo lexical do malaio). Os nativistas acham que o bom nativo é o nativo “genuíno”, gostam que os indígenas sejam autênticos e ficam chateados quando os autóctones não colaboram.
Se em Portugal as suas filhas adolescentes vão à missa com roupas mais casuais eles aplaudem os sinais de abertura e modernização da Igreja Católica portuguesa que já deixou de impôr códigos de vestuário arcaicos e criticam jocosamente os comentários reaccionários da avó que lá na aldeia natal protesta contra a “pouca-vergonha” das netas, mas se as moças timorenses fazem o mesmo, os nativistas imediatamente barafustam em coro com as velhas locais que falam da degradação e da falta de dignidade das novas gerações. E, claro, denunciam os efeitos nefastos da globalização contra as culturas nacionais e locais. Como eles é que sabem o que é melhor para o futuro de Timor, nem se lembram de perguntar às jovens quais são as impressões delas sobre o assunto. Também não querem ouvir falar de guitarras eléctricas e afins na terra do crocodilo. No entanto, estes nativistas cá em Portugal não obrigam os seus rebentos a restringir o seu gosto musical às recolhas de cantigas tradicionais feitas por Michel Giacometti, e não pensam que os seus filhos fiquem menos portugueses por ouvirem Pedro Abrunhosa, ou Silence 4, ou Sex Pistols, ou death metal.
Os nativistas quando estão cá são gente bem-pensante, cosmopolita q.b., e riem-se do país atrasado e parolo dos “tempos da outra senhora”. Por exemplo, durante a ditadura salazarista a Coca-Cola era proibida em Portugal. Uma das razões era a protecção da viticultura (“Beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses”, dizia-se então), mas no livrinho de Maria Filomena Mónica “Os Costumes em Portugal” (um dos “Cadernos do Público”) cita-se uma carta de Salazar a A. Makinsky, responsável da empresa para a Europa, que mostra uma outra razão: «Sei perfeitamente que o senhor nada tem a ver com vinhos, nem com sumos de fruta e é bem por outra razão que – apesar das excelentes relações que mantemos, o senhor e eu, e que datam da época em que representava a Fundação Rockefeller e não sonhava sequer em fazer parte da Coca-Cola – sempre me opus à sua aparição no mercado português. Trata-se daquilo a que eu poderia chamar a ‘nossa paisagem moral’. Portugal é um país conservador, paternalista e – Deus seja louvado – ‘atrasado’, termo que eu considero mais lisonjeiro do que pejorativo. O senhor arrisca-se a introduzir em Portugal aquilo que eu detesto acima de tudo, ou seja, o modernismo e a famosa ‘efficiency’. Estremeço perante a ideia dos vossos camiões a percorrer, a toda a velocidade, as ruas das nossas velhas cidades, acelerando, à medida que passam o ritmo dos nossos hábitos seculares.» Os nativistas, que não hesitam em rejeitar as opções de Salazar que mantiveram o país como uma espécie de terceiro mundo dentro da Europa, também não hesitam em imitar o raciocínio do velho ditador quando falam da terra dos outros.
quinta-feira, dezembro 27, 2007
Anggun, uma cantora indonésia com sucesso internacional
terça-feira, dezembro 25, 2007
PSHT Timor
segunda-feira, dezembro 24, 2007
Texto antigo para copiar para outros blogues
Lisensiatura kona-ba Lia-Portugés no Kultura Luzófona sira
Ita hotu hatene katak ita-nia nasaun iha lian ofisiál rua, tetun no portugés. Ne’e desizaun matenek husi ita-nia na’i-ulun sira, tanba hanesan ne’e timoroan sira ne’ebé seidauk hatene portugés mós bele komunika ho Estadu. Porezemplu, tia ida iha foho ne’ebé laeskola bele hakerek surat – ka husu ba ema ruma atu hakerek – uza de’it tetun no haruka ba Ministériu ida ka ba Tribunál kona-ba problema ruma ne’ebé nia hetan. Maibé ita mós hatene katak tetun sei tuir hela prosesu atu dezenvolve an, no lia-portugés maka nia belun istóriku no lia-portugés maka lian nasaun Timór Lorosa’e nian ne’ebé ita uza hodi hatene kultura aas. Ita seidauk bele lee ho tetun Mahabarata ka Odisseia ka testu sira husi Stephen Hawking ka António Damásio, Santu Agostiñu ka Karl Marx, Shakespeare ka Camões, José Saramago ka George Orwell. Ita seidauk bele uza tetun hodi koñese Literatura Boot husi mundu ne’e, ka hatene kona-ba siénsia foun oioin, no importante tebetebes ba intelektuál sira atu lee kona-ba buat hirak-ne’e hotu. Selae ita sei sai nasaun ida ke la iha matenek-na’in. No matenek-na’in sira de’it maka bele hatene porezemplu oinsá atu prodús eletrisidade, halo operasaun ba ema moras, ke’e mina-rai iha tasi-kidun, ka dezenvolve ita-nia ekonomia... Ita timoroan sei bele uza lia-portugés atu estuda kona-ba asuntu hirak-ne’e.
Tebes duni, ema barak seidauk hatene portugés moos. Tia husi foho ne’ebé ita temi tiha ona bele komprende fraze ida hanesan ne’e “Maria konta ke Domingu-Domingu, depoizde misa, avó bá merkadu halo kompras. Nia presiza kafé, repollu, pepinu, alfase, mostarda, agriaun, tomate, kouve, salsa, ervilla i senoura.” Maibé tia ida-ne’e la bele lee A última morte do Coronel Santiago, husi hakerek-na’in timoroan Luís Cardoso. Hanesan de’it tia mós bele ko’alia “bahasa pasaran” maibé nia la hatene lee Bumi Manusia, husi autór indonéziu Pramoedya Ananta Toer. Ema ne’ebé hakarak estuda atu hatene portugés moos iha oportunidade oioin. Labarik sira hotu oras-ne’e estuda ona iha eskola primária, profesór sira iha Dili no iha distritu tuir daudaun Baxarelatu atu aprende lian ida-ne’e, no foin-sa’e sira ne’ebé remata eskola sekundária no iha intensaun atu buka matenek bele mai estuda iha ami-nia Lisensiatura kona-ba Lia-Portugés no Kultura Luzófona sira.
Universidade Nacional de Timor Lorosa’e maka hala’o Lisensiatura ida-ne’e, iha Faculdade de Ciências da Educação, hahú tiha ona iha tinan akadémiku 2001/2002. Iha kursu ne’e ami estuda buat oioin interesante tebetebes: lia-portugés, literatura husi Portugál, Brazíl, rain oioin iha Áfrika no Timór Lorosa’e, kultura Timór nian no rain seluk nian, gramátika, linguístika, Istória Timór Lorosa’e nian no seluseluk tan. Ami-nia kursu mós fó atensaun maka’as ba lia-tetun, no ami tuir kadeira (ho lia-indonézia katak mata kuliah) hanesan Padronizasaun no Ortografia Tetun nian, no Gramátika Tetun nian. Bainhira ami-nia Lisensiatura hotu ami sei bele buka serbisu nu’udar profesór, durubasa, tradutór, sekretária, jornalista, ka funsionáriu iha fatin sira ne’ebé ezije ema atu hatene momoos lian ofisiál rua ita-nia nasaun nian. Ami-nia profesór barak mai husi Portugál no rain sira seluk ne’ebé mós iha lia-portugés nu’udar lian ofisiál, liuliu husi Instituto Camões. Ami mós hala’o atividade oioin hanesan jornál kona-ba literatura “Várzea de Letras”, teatru, tradusaun, nsst...
Joven timoroan, mai estuda ho ami!
Testu husi Icha Bossa ho Irta Araújo,
publika tiha iha
Várzea de Letras, Suplemento Literário mensal do jornal Semanário, nº 4 [5], Julho 2004
Licenciatura em Língua Portuguesa e Culturas Lusófonas
Todos sabemos que a nossa nação tem duas línguas oficiais, o tétum e o português. Isto foi uma decisão inteligente dos nossos líderes, porque desta forma os timorenses que ainda não sabem português também podem comunicar com o Estado. Por exemplo, uma tia não-escolarizada na montanha pode escrever uma carta – ou pedir a alguém que lha escreva – usando apenas o tétum e enviá-la para um Ministério ou para o Tribunal sobre um problema qualquer que ela tenha. Mas nós também sabemos que o tétum ainda está num processo de desenvolvimento, e que o português é que é o seu aliado histórico e a língua portuguesa é que é a língua da nação leste-timorense que usamos para ter acesso à alta cultura. Ainda não podemos ler em tétum o Mahabarata ou a Odisseia ou os textos de Stephen Hawking ou António Damásio, Santo Agostinho ou Karl Marx, Shakespeare ou Camões, José Saramago ou George Orwell. Ainda não podemos usar o tétum para conhecer a Grande Literatura mundial, ou para saber sobre as ciências modernas, e é muito importante que os intelectuais leiam sobre tudo isto. Se não seremos uma nação sem intelectuais e sem especialistas. E só estes é que podem saber por exemplo como se produz electricidade, se fazem operações cirúrgicas, se extrai petróleo do fundo do mar, ou se desenvolve a nossa economia... Nós timorenses poderemos através da língua portuguesa estudar sobre estes assuntos.
Claro que é verdade que muita gente ainda não domina o português. A tia da montanha que já mencionámos pode compreender uma frase como esta “Maria konta ke Domingu-Domingu, depoizde misa, avó bá merkadu halo kompras. Nia presiza kafé, repollu, pepinu, alfase, mostarda, agriaun, tomate, kouve, salsa, ervilla i senoura” (A Maria conta que aos Domingos, depois da missa, a avó vai ao mercado fazer compras. Ela precisa de café, repolho, pepino, alface, mostarda, agrião, tomate, couve, salsa, ervilha e cenoura). Mas esta tia não pode ler A última morte do Coronel Santiago, do escritor timorense Luís Cardoso. Da mesma forma, a tia também pode falar “bahasa pasaran” (língua malaia “do mercado”), porém não é capaz de ler Bumi Manusia, do autor indonésio Pramoedya Ananta Toer. Quem quer estudar para saber português correctamente tem muitas oportunidades. Todas as crianças actualmente o aprendem na escola primária, os professores em Díli e nos distritos seguem actualmente um Bacharelato para aprenderem este idioma, e os jovens que terminaram a escola secundária e têm intenção de aprofundar os seus conhecimentos podem vir estudar connosco na nossa Licenciatura em Língua Portuguesa e Culturas Lusófonas.
Esta Licenciatura foi criada na Universidade Nacional de Timor Lorosa’e, na Faculdade de Ciências da Educação, no ano académico de 2001/2002. Neste curso estudamos muitas coisas interessantes: língua portuguesa, literatura de Portugal, Brasil, países africanos lusófonos e Timor-Leste, cultura timorense e de outras nações da lusofonia, gramática, linguística e história de Timor-Leste, entre outras coisas. O nosso curso também dá uma grande atenção ao tétum, e temos cadeiras como Padronização e Ortografia do Tétum, e Gramática do Tétum. No final da Licenciatura poderemos procurar trabalho como professores, intérpretes, tradutores, secretárias, jornalistas, ou funcionários em locais que exijam o domínio das duas línguas oficiais da nossa nação. Muitos dos nossos professores vêm de Portugal ou de outros países lusófonos, principalmente do Instituto Camões. Levamos também a cabo diversas actividades como o jornal literário “Várzea de Letras”, teatro, traduções, etc...
Jovem timorense, vem estudar connosco!
A versão original em tétum, de Icha Bossa e Irta Araújo, foi publicada no
Várzea de Letras, Suplemento Literário mensal do jornal Semanário, nº 4 [5], Julho 2004
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Irá a tradução passar a ser um negócio da China?

terça-feira, dezembro 11, 2007
domingo, dezembro 09, 2007
quinta-feira, dezembro 06, 2007
segunda-feira, dezembro 03, 2007
Lembrar os sonhos da adolescência
O jogo do pau não veio da Índia, é autóctone
Kalarippayat is believed by many historians as one of the oldest traditions of martial training in the world. In Malayalam, the mother language of Kerala, India, Kalarippayat means repetitive training (payat) inside an arena (kalari). "
sábado, dezembro 01, 2007
Abril 74 - O nosso... e de todos os que amam a liberdade
A letra da canção - no original catalão e traduzida - está no youtube. Cliquem várias vezes com o botão esquerdo do rato, tendo o cursor posicionado em cima desta caixinha, para ter acesso.
sexta-feira, novembro 30, 2007
Non ho l'età


Luís CARDOSO – The Crossing - A Story of East Timor. London, Granta Books, 2000, p. 49-50 (Tradução de Margaret Jull Costa)


domingo, novembro 11, 2007
Uma arte marcial portuguesa
Se estiver interessado/a em praticar ou apenas experimentar pode dirigir-se ao Ateneu Comercial Português, na Rua das Portas de Santo Antão, em Lisboa, ao lado do Coliseu (Metro: Restauradores ou Rossio). No Ateneu o jogo do pau é praticado há mais de um século, e esta foi também a escola do grande Mestre Ferreira, hoje sob orientação do seu sucessor Mestre Monteiro.
Pode ir praticar lá que será benvindo/a. E ainda por cima é barato!
quinta-feira, novembro 08, 2007
De Timor para o mundo
t
quarta-feira, novembro 07, 2007
terça-feira, novembro 06, 2007
China Timor
Novidades no blog
As traduções para inglês do Babel Fish são divertidas...
sábado, novembro 03, 2007
Humor filipino
sexta-feira, novembro 02, 2007
A língua portuguesa na Guiné-Bissau


quinta-feira, novembro 01, 2007
quarta-feira, outubro 17, 2007
Praxe

Sérgio Godinho canta uma canção que me parece ilustrar bem o espírito da praxe:
Maçã com Bicho (acho eu da praxe)
O tempo passa
e lembras com saudade
o saudoso tempo da universidade
foste caloiro
e quintanista
já comes caviar
esquece o alpista

P'ra entrar na universidade
é preciso
prender o humor
na gaiola do riso
ter médias altas
hi-hon, ão-ão
zurrar ladrar
lamber de quatro o chão
Mas há quem ache
graça à praxe
É divertida (Hi-hon)
Lição de vida (Ão-ão)
Maçã com bicho
acho eu da praxe

Chamar-se a si mesmo
besta anormal
dá sempre atenuante ao tribunal
é formativo
p'ró estudante
que não quer ser propriamente
um ignorante
Empurrar fósforos com o nariz
tirar à estupidez a bissectriz
eis causas nobres
estruturantes
eis tradição
sem ser o que era dantes
Mas há quem ache
graça à praxe
É divertida (Hi-hon)
Lição de vida (Ão-ão)
Maçã com bicho
acho eu da praxe
É divertida (Mé-mé)
Lição de vida (Piu-piu)
Maçã com bicho
acho eu da praxe
Não vou usar
mais exemplos concretos
é rastejando
que se ascende aos tectos?
Então vejamos
preto no branco
as cores da razão
porque a praxe eu desanco

Mas há quem ache
graça à praxe
É divertida (Hi-hon)
Lição de vida (Ão-ão)
Maçã com bicho
acho eu da praxe
É divertida (Mé-mé)
Lição de vida (Piu-piu)
Mação com bicho
acho eu da praxe
[ as fotos aqui incluídas têm duas proveniências:
http://abnoxio.weblog.com.pt/arquivo/2006/10/o_verdadeiro_espirito_universi
e
http://adsl.tvtel.pt/antipodas/imagens.htm ]
domingo, outubro 14, 2007
É tempo de praxe
Chamam a isto a praxe, e a justificação dada para que os colegas mais novos se tenham de lhe submeter é a necessidade de “integração”. Só há integração para quem não fizer ondas e aceitar com humildade os tratos de polé. Os caloiros são mandados fazer figura de urso para se poderem integrar, com a promessa de que um dia também poderão ser superiores prepotentes e terão enfim o direito de mandar uma nova geração de inferiores (caloiros/lamas/lodos) fazer por sua vez figuras tristes. É a apologia da humilhação como estratégia pedagógica.
Dizem os praxistas que é bom como aprendizagem para a vida, como preparação para o mundo. Aprende-se assim a respeitar a hierarquia, preparam-se os jovens para um modelo de relações profissionais baseado não no respeito mútuo, mas nas pequeninas e mesquinhas maneiras quotidianas de lembrar quem é o superior. Um modelo onde pouco conta o mérito, onde as ideias novas ou diferentes são malvistas, no qual importante é saber lamber as botas de algum cacique. Aprende-se a obedecer sem questionar. Para que se perpetue uma cultura que promove o medo de ser o destravado da língua que comete a heresia de dizer que o rei vai nu. E que é saneado pela ousadia. A praxe é um reflexo do triste país que temos, portugalzinho no seu pior.
sábado, outubro 06, 2007
Ai a Birmânia...

As recentes manifestações lideradas pelos monges budistas abriram uma nova janela de esperança para os povos da Birmânia. Se esta esperança se concretizará ou não depende em grande medida das pressões que a comunidade internacional (incluindo a China) decida fazer.

Contacto
Portanto, contactem, digam coisas...