Nos últimos anos tem aparecido em Timor-Leste uma profusão
de materiais básicos escritos em tétum e em várias outras línguas locais, sob a
forma de cartilhas ou pequenas histórias muito simples para crianças muito
pequenas. A escassez de materiais para crianças maiores deve-se provavelmente
ao facto de estes serem mais difíceis de criar. Sejamos sinceros, qualquer
pessoa pode tirar meia dúzia de fotografias, ou fazer alguns desenhos, e colocar-lhe
umas legendas por baixo, em tétum ou noutra língua, e fica uma cartilha feita.
Claro que há uma grande diferença entre uma dessas cartilhas e um manual
escolar para a fase de alfabetização concebido com critérios pedagogicamente
adequados. Da mesma forma têm aparecido vários livrinhos com histórias simples,
normalmente algumas frases acompanhadas por desenhos, que podem ser lidos a
crianças até aos 4-5 anos pelos pais ou irmãos mais velhos, e podem ser lidos
pelas próprias crianças por volta dos seis anos de idade. São úteis e estão a
preencher uma lacuna que existe em Timor-Leste, mas deveriam ser acompanhados
de materiais mais ambiciosos para outras faixas etárias.
Um exemplo deste tipo de histórias é o livrinho *“Avoo Leto - Tau foer ba foer fatin”,
em que um avô ensina ao neto a importância de não atirar lixo para o
chão (o que é um hábito extremamente generalizado em Timor-Leste). Um livro de
intenção pedagógica, que cumpre o que se propõe, com uns desenhos bonitos, mas
que infelizmente não pode ser distribuído nas escolas devido à quantidade de erros ortográficos que tem.
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