Na década de 70 os portugueses que fugiram, na maioria com pouco mais do que a roupa no corpo, das ex-colónias em África eram refugiados com medo da guerra civil ou de regimes ditatoriais marxistas de partido único em que não se sentiam seguros. Chamaram-lhes "retornados", mas havia muitos que eram africanos, tinham lá nascido, e não estavam a "retornar" coisa nenhuma.
Os portugueses que iam em massa para a França, para a Alemanha, e para outras paragens, já antes do 25 de Abril (hoje estão a ir outra vez!), eram na maioria emigrantes, muitos clandestinos. Juntavam algum dinheiro para a viagem e iam tentar a sorte, procurando ganhar a vida em lugares onde se vivesse melhor. Esses eram os que se ficassem em Portugal não corriam à partida grande risco de serem assassinados ou torturados (também havia os que fugiam à tropa e à guerra colonial, mas muitos partiam - clandestinos ou não - já depois de terem feito a tropa e andado na guerra).
Os timorenses que fugiram para Atambua em 1975, quando as forças políticas a que estavam ligados perderam a guerra civil, eram refugiados. Fugiam com medo de serem torturados ou mortos.
As famílias timorenses de que ao longo da década de 90 costumávamos ir despedir-nos ao aeroporto da Portela, quando arrancavam para a Austrália, eram emigrantes - não corriam qualquer perigo em Portugal, mas iam tentar a vida num país com um nível de vida melhor.
Os milhares de timorenses-portugueses, portadores de passaporte português, que continuam a ir para a Inglaterra e Irlanda do Norte também são emigrantes. Ninguém os persegue aqui, partem por razões económicas.
Os timorenses que, acossados pelos militares indonésios e pelas milícias, se abrigaram no recinto da UNAMET em 99, e foram depois evacuados para a Austrália, eram refugiados. Os milhares e milhares que os tentaras e as milícias levaram para Atambua à força após o resultado do referendo ser anunciado eram uma espécie de reféns - quase todos estavam aterrorizados, mas o terror deles era causado precisamente pelos que os levaram para lá.
Os portugueses que iam em massa para a França, para a Alemanha, e para outras paragens, já antes do 25 de Abril (hoje estão a ir outra vez!), eram na maioria emigrantes, muitos clandestinos. Juntavam algum dinheiro para a viagem e iam tentar a sorte, procurando ganhar a vida em lugares onde se vivesse melhor. Esses eram os que se ficassem em Portugal não corriam à partida grande risco de serem assassinados ou torturados (também havia os que fugiam à tropa e à guerra colonial, mas muitos partiam - clandestinos ou não - já depois de terem feito a tropa e andado na guerra).
Os timorenses que fugiram para Atambua em 1975, quando as forças políticas a que estavam ligados perderam a guerra civil, eram refugiados. Fugiam com medo de serem torturados ou mortos.
As famílias timorenses de que ao longo da década de 90 costumávamos ir despedir-nos ao aeroporto da Portela, quando arrancavam para a Austrália, eram emigrantes - não corriam qualquer perigo em Portugal, mas iam tentar a vida num país com um nível de vida melhor.
Os milhares de timorenses-portugueses, portadores de passaporte português, que continuam a ir para a Inglaterra e Irlanda do Norte também são emigrantes. Ninguém os persegue aqui, partem por razões económicas.
Os timorenses que, acossados pelos militares indonésios e pelas milícias, se abrigaram no recinto da UNAMET em 99, e foram depois evacuados para a Austrália, eram refugiados. Os milhares e milhares que os tentaras e as milícias levaram para Atambua à força após o resultado do referendo ser anunciado eram uma espécie de reféns - quase todos estavam aterrorizados, mas o terror deles era causado precisamente pelos que os levaram para lá.
A distinção entre refugiados e emigrantes clandestinos é importante. Dizia-se há umas décadas que havia um milhão de portugueses na França, não se podia esperar que o Estado francês lhes desse a todos os apoios que se devem dar aos refugiados, mas podia-se fazer campanha pela concessão do estatuto de refugiado àqueles que fugiam para lá para não serem presos pelas suas atividades políticas contra a ditadura em Portugal.