Foto: O Ulisses no Hospital Nacional Guido Valadares com menos de uma hora de idade
Um blog em português - e de vez em quando em tétum e em tocodede - sobre os devaneios de um professor e tradutor ilhavense a morar em Timor. Sobre temas timorenses e do Oriente em geral, e sobre outras coisas de vez em quando...
segunda-feira, outubro 26, 2009
sexta-feira, setembro 25, 2009
Comecei a ficar branco de repente...
Começou por uma sobrancelha. Deitei-me e estava normal, e quando acordei tinha metade da sobrancelha esquerda completamente branca. O médico diz que é vitiligo. Não dói nem é contagioso.
sábado, setembro 05, 2009
Pré-requisitos peculiares no acesso ao ensino superior em Timor
Estas folhas explicam os pré-requisitos exigidos aos candidatos ao Instituto de Ciências da Saúde, uma instituição pública de ensino superior em Timor-Leste.
Incluem:
(…)
10 - Uma declaração do pai/mãe atestando que o candidato não é casado, quer para candidatos masculinos quer femininos, visada pelo padre da paróquia/chefe muçulmano/protestante (para candidatos com a escola secundária);
11 - Uma declaração da candidata atestando que concorda em não engravidar enquanto frequenta o curso de Farmácia, Enfermagem, Parteira, ou Oftalmologia no ICS;
12 – Para candidatos masculinos, tanto com a escola secundária (ciências naturais), como com a escola técnica de enfermagem e staff, uma declaração atestando que não irá engravidar nenhuma mulher, qualquer que seja, enquanto frequenta o curso de Farmácia ou Enfermagem no ICS;
13 – Uma declaração atestando que aceita ser colocado/a para trabalhar em qualquer local de Timor-Leste, de acordo com a decisão que seja tomada pelo Ministério da Saúde;
17 – Uma declaração atestando que aceita devolver o dinheiro gasto [pelo Estado?] com os seus estudos se ao concluir o curso não aceitar ser colocado no local decidido pelas autoridades competentes ou se sair do curso sem terminar os anos previstos no currículo;
18 – Todos os documentos devem ser entregues dentro de uma pasta de cor vermelha para os rapazes e de cor amarela para as raparigas;
C – Regras a seguir aquando da entrega de candidaturas ou pedido de informação:
(…)
32 – Para rapazes, vestir de maneira asseada, e usar calças compridas e sapatos; para raparigas, vestir de maneira asseada, usar sapatos, e é proibido usar mini-saia;
33 – Proibido estar em posse de armas brancas quando se faz o registo no Instituto de Ciências da Saúde de Timor-Leste ou [na delegação] no enclave de Oecússi.
Um outro aspecto peculiar do sistema de ensino timorense é que qualquer moça que engravide enquanto frequenta a escola secundária, seja em escolas privadas seja no ensino público, é imediatamente expulsa da escola.
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quinta-feira, julho 16, 2009
Após uma década de apoio à reintrodução da língua portuguesa em Timor
Após uma década de apoio à reintrodução da língua portuguesa em Timor - 3
Originally uploaded by J.P. Esperança
- 1 Dicionário de inglês-indonésio
- 1 Dicionário de indonésio-inglês
- 1 Dicionário de sueco-indonésio
- 2 Dicionários distintos de alemão-indonésio,
- 1 Dicionário de indonésio-alemão
- 1 Dicionário de alemão-indonésio e indonésio-alemão
- 1 Dicionário de italiano-indonésio
- 1 Dicionário de tétum-indonésio e indonésio-tétum (publicado pela Gramedia – que é uma livraria/editora do tipo Fnac na Indonésia - de acordo com as normas oficiais em vigor para o tétum)
- 1 Dicionário de coreano-indonésio e indonésio-coreano
- 1 Dicionário de francês-indonésio e indonésio-francês
- 1 Dicionários de francês-indonésio,
- 1 Dicionário de indonésio-espanhol
- 1 Dicionário de espanhol-indonésio
- diversos dicionários indonésios de termos técnicos de biologia, química, física, medicina, economia, sociologia, política moderna, expressões idiomáticas, etc.
Não existem no mercado dicionários de indonésio-português, nem de português-indonésio, nem dicionários de português-tétum, nem dicionários de tétum(contemporâneo e oficial)-português. Após uma década de projectos de apoio à reintrodução da língua portuguesa em Timor, é impressão minha ou falta aqui alguma coisa?
quinta-feira, julho 02, 2009
RTP Lusofonia
Não podemos ter cá a RTP África em vez da RTP Internacional para as comunidades de emigrantes portugueses já velhinhos? Mudem-lhe o nome para RTP Lusofonia e acrescentem aos telejornais Timor e umas notícias de coisas ligadas à lusofonia passadas no Brasil (as que se passam em Portugal já aparecem). Acho que os timorenses iam gostar mais. O que é que interessa ao pessoal cá em Timor-Leste o telejornal da Madeira e dos Açores? Que espero que não sejam mostrados actualmente na RTP África! Os timorenses querem lá saber se o Alberto João Jardim inaugurou mais uma bica de água na aldeia de Alguidares de Baixo lá na ilha dele. Na altura das eleições para o Parlamento Europeu estive a apanhar uma seca a ver na RTP Internacional, transmitida no sinal da TVTL, um longo programa de análise eleitoral dos resultados... da Madeira!
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sexta-feira, maio 01, 2009
Baía dos Crocodilos
Quando conheci o Pedro Rosa Mendes num jantar em casa de amigos aqui em Díli, aí há uns dois anos, perguntei-lhe quando é que escrevia um “Baía dos Crocodilos”. Tinha lido o “Baía dos Tigres” pela primeira vez uns anos antes, emprestado pelo meu amigo Lello, e lembro-me de ter pensado na altura que Timor precisava de um livro assim. Não falei ao Pedro do “Madre Cacau”, que havia comprado numa curta ida a Portugal mas que não tinha tido tempo de ler, e que lá tinha ficado em casa dos meus pais depois de eu lhe passar uma vista de olhos apenas. Na época não andava com muita paciência para ler livros de jornalistas sobre Timor, com uma ou outra excepção – em que se destaca o “Bitter Dawn” de Irena Cristalis – parecia-me que na maioria o ego era maior do que a história, do tipo “ó p’ra mim, eu estive lá”. Isso mostra que não devemos confiar em julgamentos apressados e em preconceitos – quando tive enfim a oportunidade de ler o “Madre Cacau” achei que era um bom livro de jornalista, do tipo que conta as histórias que devem ser contadas e que sabe ouvir as pessoas certas. Mas é outra coisa, não é ainda um baía dos crocodilos.
Entretanto fui conhecendo melhor o Pedro, e viemos até a tornar-nos saudara perguruan. Continuei a admirar o profissional íntegro, sério no seu trabalho, e que não se verga aos interesses instalados, sejam eles de gente importante ou de grupos da bica histéricos e convencidos de que os seus blogs são uma nova Bíblia. Ele deixou Timor há dias a caminho de uma nova colocação, espero vê-lo por cá outra vez qualquer dia. Sentiremos falta do seu jornalismo objectivo. Sou um tipo que ama Timor, mas acredito que o amor cego é doentio, e que é bom ouvirmos de vez em quando umas verdades duras sobre aquilo que amamos, ajuda-nos a manter a cabeça fria e a trabalhar melhor. Ao contrário do que alguns pensam, o Pedro Rosa Mendes é um gajo porreiro, e, melhor do que isso, não é um mercenário nem um turista, como alguns que por cá andam.
Entretanto fui conhecendo melhor o Pedro, e viemos até a tornar-nos saudara perguruan. Continuei a admirar o profissional íntegro, sério no seu trabalho, e que não se verga aos interesses instalados, sejam eles de gente importante ou de grupos da bica histéricos e convencidos de que os seus blogs são uma nova Bíblia. Ele deixou Timor há dias a caminho de uma nova colocação, espero vê-lo por cá outra vez qualquer dia. Sentiremos falta do seu jornalismo objectivo. Sou um tipo que ama Timor, mas acredito que o amor cego é doentio, e que é bom ouvirmos de vez em quando umas verdades duras sobre aquilo que amamos, ajuda-nos a manter a cabeça fria e a trabalhar melhor. Ao contrário do que alguns pensam, o Pedro Rosa Mendes é um gajo porreiro, e, melhor do que isso, não é um mercenário nem um turista, como alguns que por cá andam.
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domingo, março 29, 2009
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