segunda-feira, julho 03, 2006

Xenofobia em Timor

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2 comentários:

Praça Stephens disse...

Caro João Paulo, boa tarde

Temos o mesmo nome, somos quase da mesma idade e, talvez, um fascínio
semelhante pela diáspora ( o meu é marcadamente contemplativo o teu,
como se vê, actuante). Desejo que tudo corra bem aí num lugar tão
difícil.
Um grande abraço

João Paulo Pedrosa

Anónimo disse...

Pior aqui, no Brasil, onde a maior parte da população não faz a mínima idéia de onde fica o Timor-Lorosae, tampouco quantos problemas enfrentaram para se livrar da Indonésia.

Entristece-me, muito, o fato de nossa cultura brasileira não se desenvolver de forma própria e ater-se às raizes de outras culturas. O índio brasileiro recebe um dia para ele como homenagem, mas nossos costumes são todos importados. Dizem que o Samba é brasileiro... pois é, veio de um Carnaval de Veneza, isturado com ritmos africanos... não vejo nada de brasileiro... Assim como os arraiais de festa junina. Oras, não foram os portugueses que instituíram essas celebrações? E a feijoada, que surgiu também dos africanos que aqui aportaram?

Muitos exemplos eu poderia dar (e darei, caso queiram!). Porém, o que realmente poderia unir o Brasil ao resto do mundo seria seu idioma, uma derivação do português falado em Portugal e suas ex-colônias. Perceba: o mundo lusófono já esteve em todos os continentes e capenga para não desaparecer em vários lugares. E que cultura tão rica temos nos falares crioulos, papiás e qualquer outra língua descendente?

Tento estudar o Papiá Kristang (Cristang), mas onde estão as fontes? Indigno-me ao saber que muitos letrados não supõem sequer que isso seja um dialeto português.

Também, vivo num país que as pessoas prezam apenas o seu p´roprio egoísmo. Quando que o governo brasileiro disse que iria mandar forças de segurança junto às Nações Unidas para ajudar a nação Timorense? Mas mandam para o Haiti, que nem é tão importante para nós, a não ser galgar o posto dentro do Conselho de Segurança. Oras, mas não seria mais sábio e digno, não só ajudar uma nação que vem da mesma descendência como aproveitar para fazer um intercâmbio de idéias, comércio e cultura? Um entreposto para ambos poderem iniciar-se em continentes diferentes, uma porta de entrada?

Começo a aprender o Tetum, por respeito a uma nação que acompanhei nas suas batalhas (lógico, assistindo pela BBC, pois aqui no Brasil, muito pouco se falava!) e dar crédito ao Excelentíssimo Senhor Xanana Gusmão, que fez a apresentação de seu idioma num livro de frases... editado por australianos (sem comentários.).

Talvez só nos reste sermos salvos pela Fundação Calouste Goulbenkian, que deve ter acervos de Papiá Kristang e de Batticaloa em suas bibliotecas.

Enquanto isso, temo pela lusofonia, que aqui parece perder espaço para mais e mais anglicismos.

Espero que o português seja sempre preservado em Timor Leste, tanto quanto o Tetum. Vocês aí têm uma história própria. A começar pela história sobre o surgimento da ilha, das costas de um crocodilo...

A busca continua. A única fonte online de Paiá-Cristang está fora do ar. Se alguém tiver algum conhecimento deste idioma e gramática, por favor, me avisem.

Arthur Martins Mendes Cavalheiro
talk2martinsmendes@gmail.com