sexta-feira, maio 04, 2007

A tradição já não é o que era...



Este post é motivado por um comentário de um leitor no post anterior.


Como era a tradição balinesa...



















Como era a tradição timorense....






A vergonha do corpo é uma tradição ocidental trazida para Timor e para Báli pelas estruturas dos poderes coloniais.
Mesmo entre os javaneses, maioritariamente muçulmanos, a disseminação do uso do jilbab é um fenómeno muito recente (pós queda do regime de Suharto), e um desvio em relação ao islamismo sincrético e moderado tradicionalmente aí praticado.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro J.P.

Gostei de ver a resposta. Belos corpos!
Sem ironia, são sem dúvida belas fotos. Julgo que no espólio de Ruy Cinatti existirá algo assim, sobre Timor.

E aceito o desfaio de uma contra-resposta.
Sabes que nós julgamos os espaços com o fato do tempo que vestimos. Somos produto de uma época e de uma cultura.
É verdade, ainda não despimos integralmente a máscara ou roupa que a idade média e a moral nos impôs. Vejam-se as nossas velhinhas do campo, com o seu lenço negro atado na cabeça, seja Verão ou Inverno.
Não obstante, acredito que sem valores, ou raízes, tal como as árvores, pereceríamos.
Valores, raízes, referências, culturas, ideologias, … Estou certo da inaceitável intolerância, da condescendência e respeito da cultura ou país onde estamos ou para onde nos deslocamos, sem que com isso signifique a sua aceitação.
Tenho, para aqueles que no resto do mundo, mas sobretudo na Europa, consideram, por exemplo, que a mulher deve andar açaimada, dentro de um lençol com dois orifícios (chamem-lhe outro nome, se quiserem ser politicamente correctos, mas não passa disso), dizia, tenho eu uma atitude compreensiva com essas culturas, mas uma tolerância zero.

Bem, esquecendo estas palavras “ideológicas”, agrestes, de facto as fotos e a cultura que lhes está por detrás merece esta e outras divulgações, capazes de acrescentar algo a um mundo mais plural.

Ou, como escreve Mia Couto (Biólogo e Escritor), em “Pensatempos”: “A habilidade em produzir diversidade, é o segredo da nossa vitalidade e das nossas artes da sobrevivência”.

Cumprimentos,

Bom Timor!

A.

Anónimo disse...

Adorei as imagens, ilustrativas daquilo que é a "verdadeira" tradição timorense e não as alterações que se fizeram e que intocáveis se tornaram. Faltava dizer que houve muito português que no passado se escandalizou com a emancipação feminina em Timor-Leste. O que Portugal deveria ter aprendido com Timor parece que ficou no vazio dos alfarrábios de História que só conta epopeias fabulosas. Os portugueses deram novos mundos ao mundo, lembremo-nos... e não foi com paroquialismos...