Quando conheci o Pedro Rosa Mendes num jantar em casa de amigos aqui em Díli, aí há uns dois anos, perguntei-lhe quando é que escrevia um “Baía dos Crocodilos”. Tinha lido o “Baía dos Tigres” pela primeira vez uns anos antes, emprestado pelo meu amigo Lello, e lembro-me de ter pensado na altura que Timor precisava de um livro assim. Não falei ao Pedro do “Madre Cacau”, que havia comprado numa curta ida a Portugal mas que não tinha tido tempo de ler, e que lá tinha ficado em casa dos meus pais depois de eu lhe passar uma vista de olhos apenas. Na época não andava com muita paciência para ler livros de jornalistas sobre Timor, com uma ou outra excepção – em que se destaca o “Bitter Dawn” de Irena Cristalis – parecia-me que na maioria o ego era maior do que a história, do tipo “ó p’ra mim, eu estive lá”. Isso mostra que não devemos confiar em julgamentos apressados e em preconceitos – quando tive enfim a oportunidade de ler o “Madre Cacau” achei que era um bom livro de jornalista, do tipo que conta as histórias que devem ser contadas e que sabe ouvir as pessoas certas. Mas é outra coisa, não é ainda um baía dos crocodilos.
Entretanto fui conhecendo melhor o Pedro, e viemos até a tornar-nos saudara perguruan. Continuei a admirar o profissional íntegro, sério no seu trabalho, e que não se verga aos interesses instalados, sejam eles de gente importante ou de grupos da bica histéricos e convencidos de que os seus blogs são uma nova Bíblia. Ele deixou Timor há dias a caminho de uma nova colocação, espero vê-lo por cá outra vez qualquer dia. Sentiremos falta do seu jornalismo objectivo. Sou um tipo que ama Timor, mas acredito que o amor cego é doentio, e que é bom ouvirmos de vez em quando umas verdades duras sobre aquilo que amamos, ajuda-nos a manter a cabeça fria e a trabalhar melhor. Ao contrário do que alguns pensam, o Pedro Rosa Mendes é um gajo porreiro, e, melhor do que isso, não é um mercenário nem um turista, como alguns que por cá andam.
Entretanto fui conhecendo melhor o Pedro, e viemos até a tornar-nos saudara perguruan. Continuei a admirar o profissional íntegro, sério no seu trabalho, e que não se verga aos interesses instalados, sejam eles de gente importante ou de grupos da bica histéricos e convencidos de que os seus blogs são uma nova Bíblia. Ele deixou Timor há dias a caminho de uma nova colocação, espero vê-lo por cá outra vez qualquer dia. Sentiremos falta do seu jornalismo objectivo. Sou um tipo que ama Timor, mas acredito que o amor cego é doentio, e que é bom ouvirmos de vez em quando umas verdades duras sobre aquilo que amamos, ajuda-nos a manter a cabeça fria e a trabalhar melhor. Ao contrário do que alguns pensam, o Pedro Rosa Mendes é um gajo porreiro, e, melhor do que isso, não é um mercenário nem um turista, como alguns que por cá andam.