Se o jornalista do telejornal timorense disser a frase:
Prezidente Ramos Horta halo diskursu ida hafoin hatán ba jornalista sira-nia pergunta barak.
O que é que aconteceu primeiro, o discurso ou as respostas às perguntas dos jornalistas? Os velhos falantes de tétum téric não teriam quaisquer dúvidas, ele fez primeiro o discurso. Mas muitos falantes actuais de tétum-praça diriam que o discurso foi só após a sessão de perguntas e respostas. Porquê? É que a palavra “hafoin” parece estar actualmente a passar por um processo de evolução semântica. Da mesma forma que alguns falantes tentam substituir as tradicionais saudações em tétum “bondia” e “bonoite” por “loron di’ak” e “kalan di’ak”, há uma tendência actual para procurar vocábulos autóctones, mesmo que alterando o seu significado. Assim, e de acordo com os falantes de tétum téric que consultei, “hafoin” costumava ser equivalente a “depois é que” ou “depois maka” mas actualmente é também usado com o sentido de “depois de” ou “liutiha/depoizde”.
Ou seja, e de acordo com a acepção mais antiga de “hafoin”:
“Prezidente Ramos Horta halo diskursu ida hafoin hatán ba jornalista sira-nia pergunta barak.”
=
“Prezidente Ramos Horta halo diskursu ida depois hatán ba jornalista sira-nia pergunta barak.”
≠
“Prezidente Ramos Horta halo diskursu ida liutiha hatán ba jornalista sira-nia pergunta barak.” = “Prezidente Ramos Horta halo diskursu ida depoizde hatán ba jornalista sira-nia pergunta barak.”
Prezidente Ramos Horta halo diskursu ida hafoin hatán ba jornalista sira-nia pergunta barak.
O que é que aconteceu primeiro, o discurso ou as respostas às perguntas dos jornalistas? Os velhos falantes de tétum téric não teriam quaisquer dúvidas, ele fez primeiro o discurso. Mas muitos falantes actuais de tétum-praça diriam que o discurso foi só após a sessão de perguntas e respostas. Porquê? É que a palavra “hafoin” parece estar actualmente a passar por um processo de evolução semântica. Da mesma forma que alguns falantes tentam substituir as tradicionais saudações em tétum “bondia” e “bonoite” por “loron di’ak” e “kalan di’ak”, há uma tendência actual para procurar vocábulos autóctones, mesmo que alterando o seu significado. Assim, e de acordo com os falantes de tétum téric que consultei, “hafoin” costumava ser equivalente a “depois é que” ou “depois maka” mas actualmente é também usado com o sentido de “depois de” ou “liutiha/depoizde”.
Ou seja, e de acordo com a acepção mais antiga de “hafoin”:
“Prezidente Ramos Horta halo diskursu ida hafoin hatán ba jornalista sira-nia pergunta barak.”
=
“Prezidente Ramos Horta halo diskursu ida depois hatán ba jornalista sira-nia pergunta barak.”
≠
“Prezidente Ramos Horta halo diskursu ida liutiha hatán ba jornalista sira-nia pergunta barak.” = “Prezidente Ramos Horta halo diskursu ida depoizde hatán ba jornalista sira-nia pergunta barak.”
3 comentários:
Xanana estava calmamente sentado no seu escritório quando o telefone tocou:
- Olá Xanana, pá. Aqui é o Mari, do Fretilin, Maputo. Estou a telefonar para te informar oficialmente que vamos declarar a Marcha da Paz a Timor Leste.
- Bem, Mari, isso é de facto uma noticia importante. Já agora, diz-me lá o tamanho do teu exército...
- Neste momento - diz o Mari apos uma curta reflexão - sou eu, o compadre No-olho, a prima Filomena o marido Alau e a equipa de batota do café. Portanto, somos 70 mil!
Xanana suspirou:
- Tenho que te dizer, Mari, que tenho um meio milhão de homens sob o meu comando!
- Porra, pá! Eu depois ligo-te!
No dia seguinte o Mari volta a telefonar:
- Bem, Xanana a declaração de Marcha da Paz mantém-se. E que conseguimos arranjar equipamento!
- Ah sim? E qual? - pergunta Xanana
- 119 viaturas, uma retroescavadora e 54% de uma debulhadora.
Xanana dá novo suspiro:
- Eu tenho 10.000 Unimogs, 20.000 canhões e o meu exército cresceu 54% desde a nossa ultima conversa.
- Tás a falar verdade? Eu depois ligo-te!
No dia seguinte, o Mari volta a telefonar:
- Bem, Xanana, a declaração da Marcha da Paz mantém-se. É que conseguimos arranjar forca aérea. Colocámos duas metralhadoras na avioneta do Bano. AH! E a
equipa da batota lá do café juntou-s a nós!
Pela terceira vez Xanana suspira:
- Eu tenho 3.000 carraças, 6.000 bomboneiros, 9.000 aviões de caga e desde a nossa ultima conversa o meu exército já chegou ao quarto milhao de soldados.
- Chica pá, eu depois ligo-te!
No dia seguinte o Mari liga de novo:
- Xanana, é para te dizer que vamos cancelar a Marcha da Paz!
- O quê!? Então eu que já estava a contar com ela... O que é que aconteceu?
- Bem, é que ontem à noite houve reunião no café e chegamos à conclusão que nao temos possibilidade de alimentar uns 70 mil marchantes.
Ahahah E o que é que isso tem a ver com o tetum de que fala o J.P. com tanto a vontade?
Olá João, já leste isto?
http://jornal.publico.clix.pt/default.asp?url=%2Fmain2.asp%3Fdt%3D20081125%26page%3D2%26c%3DA
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