domingo, fevereiro 03, 2008

As palavras mais frequentes do tétum

A tradução do Novo Testamento em tétum que está em linha não segue a ortografia oficial desta língua, mas ainda assim permite encontrar dados muito interessantes.
Sabe qual é a palavra mais frequente em tétum?
"nia", com 11791 ocorrências nesta versão do Novo Testamento (contando as ocorrências do pronome pessoal 3p sg e as do genitivo).
Seguem-se os seguintes vocábulos:
"sira", com 7695 ocorrências
"ba", com 6689 ocorrências (na ortografia do INL haveria que dividir entre "" - 'ir' e "ba" - 'para'
e ainda
4752 iha
4482 nebe [na ortografia oficial "ne'ebé"]
4006 e [isto não é a palavra do tétum téric para "ou" (que é grafada eh com 148 ocorrências), mas sim uma parte do termo "ne'e" - um dos defeitos do sistema é que não reconhece o apóstrofo que marca a oclusiva glotal, pelo que "ha'u" é dividido em "ha" e "u" como nos dois casos que se seguem]
3930 u
3845 ha
3791 no
3708 imi
3615 ema
3317 la
3244 ne [ver nota junto de "e"]
2715 ida
2393 sei
2341 o
2172 atu

4 comentários:

Anónimo disse...

É claro como água o que aconteceu:
1- Reinaldo abandonou a cadeia de comando com os seus homens e com armas no momento em que todos os loromonus em Dili pensavam que os lorosaes das F-FDTL iam fazer um banho de sangue.
2- A parte loromonu do país considerou que ele era o factor de equilíbrio ("agora já há loromonus armados") e transformou-o num herói Robim dos Bosques.
3- Mari Alkatiri e cúmplices continuaram a fazer asneira atrás de asneira e isso precipitou a queda do seu governo. Reinaldo pensou que se a FRETILIN não voltasse para o poder ele seria perdoado, talvez até aclamado como herói, pelo Estado. Por isso manifestou-se algumas vezes a favor de Ramos Horta.
4- Ramos Horta não fez o jogo de Reinaldo, e continuou a apelar ao diálogo como forma de resolver a crise mas insistindo que Reinaldo teria que se render e ser julgado
5- O novo governo manteve esta postura. Reinaldo ficou chateado e passou a fazer o jogo da FRETILIN, acusando Xanana e Ramos Horta. Passou a fazer declarações declarando o que a FRETILIN queria que ele declarasse.
6- Reinaldo pensou que não havia nenhuma saída para ele (animal acuado) a não ser uma fuga para a frente, matando o Presidente e o Primeiro Ministro, provocando o caos, e permitindo que os seus novos aliados (FRETILIN) tomassem o poder. Esta conclusão estava a ser preparada há algum tempo, daí que algumas das margaridas deste blog tenham começado nos últimos tempos a falar frequentemente na "remoção física de Xanana".

MAS DEUS É GRANDE E VAI AJUDAR RAMOS HORTA A NÃO MORRER.
O plano da FRETILIN falhou. Só uma coisa é que lhes saíu bem, é que Reinaldo morreu e não poderá contar os acordos que fez com eles.

Rui Martins disse...

Para que se não repita este laxismo intencional ou incompetente de "tropas de ocupação" australianas e neozelandesas!

http://www.petitiononline.com/mil1001/petition.html

Anónimo disse...

Timor: CONFLITOS INTERNOS E INTERESSES ESTRANGEIROS



Em 18 de Janeiro de 2008, dia seguinte ao do lançamento do seu livro sobre Timor na Fundação Mário Soares, o autor teve uma longa conversa com o embaixador da Austrália em Lisboa. Preocupado com a situação em Timor, disse ao embaixador que considerava imprescindível que o novo primeiro-ministro, Kevin Rudd, um velho amigo de Timor e um amigo pessoal de Ramos-Horta, controlasse as forças australianas colocadas em Timor, e os seus serviços secretos. De facto, em governos anteriores, estas tinham estado mais ao serviço da Austrália e de interesses económicos de algumas petrolíferas do que da estabilidade e da democracia no novo país.
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A ineficácia dos serviços de informações das forças internacionais, quase exclusivamente australianas, que não souberam prever e evitar os ataques contra as duas principais figuras do Estado timorense, nem capturar ou neutralizar os militares que apoiavam o major Reinado, é um sinal de que, até ao dia do atentado, a política herdada do Governo anterior ainda não tinha sido mudada no terreno.
Convém não esquecer que em Março de 2002 o Governo de Howard retirou a Austrália dos tribunais internacionais relacionados com fronteiras marítimas. Em Dezembro desse ano, uma semana depois do MNE Downer ter ameaçado o PM timorense de lhe dar uma lição de política, a casa de Alkatiri foi revistada por um australiano e incendiada. A fúria de Downer contra Mari resultava de este não ceder às excessivas e ilegais exigências australianas relativamente ao petróleo do mar de Timor.
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Aos exacerbados interesses económicos estrangeiros soma-se uma diferença de estratégias e um conflito quase permanente entre Mari e Xanana.
Ela vem dos anos oitenta, quando Xanana substituiu a política radical e exclusivista da Fretilin, por uma política mais realista e abrangente, de inclusão de todos os timorenses, mesmo que colaborassem com o ocupante. Nesse quadro assumiu o compromisso de que Timor-Leste não se tornaria numa "ameaça à estabilidade da área" e de que se oporia à eventual tomada de poder por qualquer partido hegemonista e pouco democrático.
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A Constituição foi feita para marginalizar Xanana do processo político. Esta marginalização, os conflitos com a Igreja e o clima de medo criado pelo ex-ministro Lobato contribuíram fortemente para a eclosão da crise de 2006. A reacção de Xanana, tipicamente de guerrilheiro, também não foi a mais feliz.
Ao afirmar que o actual governo, de maioria parlamentar, era ilegítimo, Alkatiri continuou a tentar destruir politicamente um líder essencial para Timor. Com isso enfraqueceu a democracia, debilitou o estado e contribuiu para que este ficasse ainda mais dependente de forças e interesses estrangeiros.
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(1) Barbedo de Magalhães, António Pinto - Timor-Leste - Interesses internacionais e actores locais. Afrontamento. Porto, 2007
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DN/Barbedo de Magalhãesprofessor catedrático da Faculdade de Engenharia do Porto e presidente do IASI

Anónimo disse...

A INTENÇÃO ERA RAPTAR XANANA - diz Salsinha



O tenente Gastão Salsinha, novo líder dos rebeldes timorenses, confirmou em entrevista à BBC que a intenção do ataque que liderou era o de raptar Xanana Gusmão e não o de assassinar o primeiro-ministro.
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O tenente Gastão Salsinha, que já se assumiu como novo líder dos rebeldes timorenses, revelou em entrevista à televisão britânica BBC, que a intenção do ataque que liderou era o de raptar Xanana Gusmão e não o de assassinar o actual primeiro-ministro de Timor-Leste.
Nas mesmas declarações prestadas à televisão britânica, Gastão Salsinha, referiu ainda que, no ataque à residência do Presidente José Ramos-Horta, foi a segurança presidencial que iniciou os disparos, abatendo o Major Alfredo Reinado.
Entretanto e no seguimento de um pedido do Ministério Público foram emitidos pelo juiz do processo novos cinco mandados de captura na noite de quinta-feira, em Timor-Leste, sendo que três dos mandados estão relacionados com o ataque à residência do Presidente Ramos-Horta e os outros dois para suspeitos de envolvimento no ataque à caravana de Xanana Gusmão, na estrada entre Balíbar e Díli.
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Gastão Salsinha, tenente das forças armadas timorenses, é um dos nomes que constam na lista de cinco novos mandados de captura assinados na noite de quinta-feira pelo juiz do processo.
Recorde-se que Gastão Salsinha liderou o ataque na passada segunda-feira à caravana do primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, de acordo com testemunhas ouvidas no local, pouco depois do ataque em que o Presidente da República, José Ramos-Horta, foi gravemente ferido e em que foi morto o major Alfredo Reinado.
Os restantes quatro mandados emitidos pelo juiz referem-se a membros das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste e da Polícia Nacional.
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Segundo uma fonte junto do processo, apesar desta nova emissão de mandados, continuam válidos os mandados de captura dos co-arguidos no processo em que o major Alfredo Reinado era acusado de homicídio, rebelião contra o Estado e posse ilegal de material de guerra.
Ao todo são 13 mandados de captura emitidos no ano de 2007, de um conjunto de 17 suspeitos iniciais, entre os quais o próprio Alfredo Reinado.
Desses 17 mandados há que ter em conta que dois dos suspeitos estão em prisão preventiva e começaram a ser julgados em Dezembro do ano passado com Alfredo Reinado e dois, o relativo ao ex-comandante da Polícia Militar e um outro a um elemento do seu grupo chamado Leopoldino Mendonça Exposto, foram mortos durante o ataque à residência do Presidente da República.
Recorde-se que o Major Alfredo Reinado e Leopoldino Mendonça Exposto foram enterrados ontem no quintal da casa de Reinado, no Bairro Marconi, em Díli.